Humanizar as relações, na contramão
da evolução tecnológica, é a única saida para a raça humana. Retomar valores,
ressignificar contatos, (re)aproximar pessoas -no real sentido da palavra.
Desde que o mundo é mundo, nos
conectamos aos nossos semelhantes para suprir necessidades básicas de sobrevivência.
E não apenas por questões práticas, como segurança e moradia, mas também por questões
mais subjetivas como afeto, conforto e pertencimento.
Com o avanço tecnológico e,
com ele, o mundo globalizado, as pessoas se tornaram meros números - algoritimos -
e perderam a conexão com a essência. Ganharam de outras
formas, é bem verdade, mas a que custo?
Está na hora de fazermos uma avaliação
consciente e reconectar o ser humano à sua rota inicial. Com a bagagem das
novas ferramentas adquiridas, aprendizados, erros e acertos, mas valorizando o
que realmente tem valor. Ao longo do tempo, fomos perdendo o respeito. Fomos
ficando egoístas e nos deixando atingir pela violência proveniente deste fato.
Vivemos em um mundo onde a agressividade está em alta, a necessidade de estar em
prontidão, com demandas que nos sugam até a ultima gota, faz com que coloquemos
em segundo plano a nossa necessidade de silencio, principal fonte nutridora da
alma. Recebemos estímulos sem fim. Repetimos atos e atitudes sem podermos manifestar o diferente. Como resultado, estamos esgotados. Sem fôlego e perdidos. Perdidos de nós
mesmos. A humanidade segue cega. Sem pensar,
somos manada.
Nunca antes na
história houve tamanha falta de empatia (e liberdade também). A alteridade,
se é que existiu um dia, é item obsoleto.
Somos compelidos a emitir opiniões sobre tudo, o tempo todo. Precisamos nos
posicionar, tomar partido. Falamos, escrevemos, comunicamos...
Mas será mesmo?
Nunca antes dialogamos tão
pouco. Saber escutar de verdade (o outro e a si mesmo) entrou em desuso. Como
uma lingua antiga, esquecida por todos.
O meu desejo para este Natal é que
cada um (re)coloque em sua árvore- lá bem no alto- a esperança de um Mundo
Melhor. Que ela permaneça vibrante, mesmo
depois das Festas. (Re)force laços, (re)aproxime pessoas e (re)ligue corações. Com
fé, calma e alma.
Que, ao priorizarmos a qualidade do tempo, (re)aprendamos a linguagem do amor.
E juntos sejamos agentes
catalisadores de transformações positivas no novo ano.
Que assim seja!
Temos muito trabalho pela frente.
Não será um ano fácil, mas quem disse que seria?
Feliz 2020!
APB